Ex-assessor de Moraes é denunciado por participação em esquema milionário de heranças
A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo apresentou denúncia contra o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no STF, acusando-o de integrar uma organização criminosa responsável por desviar valores milionários de heranças não partilhadas e de idosos com doenças graves.
De acordo com a acusação, o esquema teria sido liderado pelo juiz Peter Eckschmiedt, da 2ª Vara Cível de Itapevi, na Grande São Paulo. O magistrado foi denunciado por peculato e organização criminosa, e outras 12 pessoas também são alvo do processo.
O papel do juiz e o esquema
Segundo a denúncia, Eckschmiedt era peça-chave no grupo, já que cabia a ele validar processos fraudulentos que permitiam a transferência de valores para contas judiciais e, posteriormente, para os acusados.
O documento, de 162 páginas e datado de 8 de agosto, foi assinado pelo procurador-geral Paulo Sérgio de Oliveira e Costa e pelo subprocurador-geral Sérgio Turra Sobrane. Ambos pedem a perda definitiva do cargo de Eckschmiedt, o que acarretaria também a cassação da aposentadoria.
Em maio deste ano, o juiz havia sido aposentado compulsoriamente, mas ainda recebia vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. No ano passado, durante buscas em sua residência em Jundiaí, foram encontrados R$ 1,7 milhão em espécie escondidos no sótão.
Participação de Tagliaferro
O perito Eduardo Tagliaferro, que atualmente vive na Itália, teria atuado na execução das fraudes ligadas a espólios e valores “esquecidos”. Ele também é conhecido por ter chefiado a Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE.
Cercado por acusações, Tagliaferro passou a criticar publicamente o ministro Alexandre de Moraes, alegando irregularidades nas investigações relacionadas aos atos de 8 de janeiro.
“Presentinhos” e falsificação de documentos
A investigação aponta que o juiz Peter contava com apoio do escrevente técnico Luís Gustavo Cardoso, descrito como seu “braço direito”. A cada ação forjada ou caso indicado à quadrilha, Cardoso recebia depósitos de R$ 1.500, que o magistrado chamava de “presentinho”.
Um exemplo citado pelo Ministério Público envolve um empresário falecido em Campinas, em 2021. O grupo teria forjado um título executivo no valor de R$ 95 milhões, colocando o empresário como devedor e uma construtora no polo credor, para então capturar os recursos não partilhados.
Defesa de Tagliaferro
A defesa do perito classificou a denúncia como “deplorável”, afirmando que ele jamais foi chamado para prestar esclarecimentos formais e que estaria sendo alvo de perseguição.
“Parece mais uma tentativa de asfixiar quem tem muito a dizer e esclarecer”, afirmou a nota.“A verdade prevalecerá, pois confiamos na independência e solidez do Tribunal de Justiça de São Paulo.”
fonte: msn

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